domingo, 7 de junho de 2020

Não somos descartáveis




Desde a década de 1950 a mídia começou a introduzir a Teoria do Consumismo às pessoas. Antes disso, quando as pessoas compravam alguma coisa, usavam até acabar. Os móveis, eletrônicos, roupas, sapatos eram duráveis, e quando estragavam ou estavam gastos, consertavam e não simplesmente jogavam fora. Os objetos eram repassados como heranças de geração a geração. Até as roupas e calçados eram repassados entre os filhos. 

Entretanto, quando foi introduzido essa Teoria do Consumismo, foi imposto à sociedade, através de propaganda maciça, de que precisávamos jogar fora as coisas e comprar outras novas! 

Que a felicidade estava nas coisas, que só seríamos felizes se pudéssemos comprar e comprar. Trocar nossos móveis, eletrônicos antigos por novos, nossos móveis e decorações precisavam estar perfeitos, sem nenhum arranhão. Que nossa casa teria que ter as paredes perfeitas, azulejos novos, etc. E o resultado foi montanhas e montanhas de lixo descartados mensalmente. 

Consequentemente, a mídia também começou a introduzir a teoria de que os relacionamentos também precisam ser descartáveis. Através de novelas, propaganda, filmes, somos todo dia bombardeados de que para ser felizes, precisamos estar sempre em busca de um relacionamento perfeito, que não existe. 

Se acontece algo que nos desagrada, seja em amizades ou relacionamento amoroso, somos aconselhados a "descartar" aquela pessoa. E assim, vivemos insatisfeitos, frustrados, buscando algo que não existe nas pessoas: a perfeição. Não há mais diálogo, "conserto", perdão nos relacionamentos. Se não me agrada, simplesmente me afasto ou me divorcio e tá tudo bem. Mas será que com outras pessoas não vai acontecer a mesma situação? É claro que vai! Porque todos nós somos falhos, todos somos imperfeitos. 

E aí, o que eu aprendi nesses anos todos é que não somos descartáveis. Os relacionamentos podem ser "consertados". Não preciso trocar de marido toda vez que me aborreço ou me decepciono.Porque quando trato meus relacionamentos como descartáveis eu gero "lixo emocional", dentro do meu coração. Não é mais fácil perdoar, recomeçar? Isso é tão mais gratificante! 

E aprendi também que meus móveis, objetos de decoração, roupas e tantas outras coisas que eu gosto, também não precisam ser descartados, porque isso gera lixo em nosso planeta. Pra que trocar aquele móvel que tem história pra você apenas porque "não está mais na moda"? Porque toda estação você precisa mudar todo seu guarda roupa "porque não está mais na moda"? 

Pare e pense: quem está lucrando com isso? Você que não é, porque está investindo tempo e dinheiro em algo que já tem. 

Reflita sobre não ter na sua mente que tanto os relacionamentos como as coisas são simplesmente descartáveis. Invista seu tempo e dinheiro em restaurar o que você já tem!

Use seu tempo e dinheiro para investir naquilo que realmente importa: em alimentação saudável, em 
viagens, estudos, em algo que te fará crescer espiritualmente...enfim, pare de ficar correndo atrás do vento, sendo doutrinado a dar mais importância às coisas do que em sentimentos bons.

"E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui" (Lc 12: 15).  

  


 

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