domingo, 12 de maio de 2019

A Bíblia e o Consumismo







Falar de Finanças parece algo “pouco espiritual”, mas:
1. 565 versículos que falam de dinheiro;
2. No Sermão do Monte, dos 107 versículos, 28 falam de dinheiro;
3. Jesus fala sobre dinheiro ou riquezas em 13 parábolas;
4. Ageu 2.8 afirma que: “minha é a prata e meu é o ouro”; e Moisés (Dt 8.18) ensina que “é Ele que te dá força para adquirires riquezas…”;
5. Vivemos tempos de crise: O “Estado Voraz” – com inúmeros impostos PIS/COFINS/CIDE/Dólar/I.R./CPMF
6. Mas não há nada novo. Há 3000 anos (1 Samuel 8.11-18) Deus já avisava sobre os perigos do “Estado Voraz”:

É inegável que vivemos uma era de “aperto financeiro”. Temos dificuldades de adequar os nossos ganhos aos nossos gastos. O desemprego está em toda a parte e as despesas ocorrem em excesso. Quando existe salário, ele é sempre mais curto que o mês.

A nossa necessidade é poupar, no meio de uma cultura que incentiva o consumo desmedido e intenso. Buscamos qualidade de vida, mas não aferimos, com profundidade, o que é essa qualidade e entramos em situações de dificuldade que prejudicam nossa vida e nos levam até ao desespero.

Nunca foi tão necessário planejar, como nos dias atuais. Nos minutos à frente, queremos abordar exatamente REALIDADES PRESENTES nesse contexto de crise, procurando analisar a extensão das dificuldades e como planejar nossa vida financeira. Buscaremos, sempre, a orientação da Palavra de Deus nesses assuntos.


Estaremos tratando de cinco pontos principais, relacionados com finanças e terminaremos com algumas dicas para que o nosso planejamento seja bem sucedido.

Nosso primeiro ponto é “A Vida em uma Sociedade de Consumo”. Esta é uma realidade presente: a quase totalidade de nossa sociedade parece existir apenas para consumir. A estrutura de vida, centrada nos meios de comunicação, enfatiza o consumo em todos os momentos. O Apelo da Propaganda:

Nós achamos que nos conhecemos, mas os produtores e a cadeia de distribuição nos conhecem muito melhor, observam nossos hábitos, para onde olhamos, o que olhamos, o que desperta mais atenção, gôndolas na fila do caixa. disputa pelos melhores espaços. Necessidade ou Engodo? Tudo é feito para nos fazer consumir mais e o que não precisamos.

A propaganda faz com que tenhamos ou sintamos a necessidade de consumir ou usar um produto. Quando compramos a margarina, “compramos” a família feliz, quando compramos o carro, compramos a liberdade, etc. Comprar com fome, compramos mais. Levar a lista e pronto, resistir as provocações.

No livro “Sem logo – a tirania das marcas num planeta vendido” fala sobre usuários de marcas famosas que passaram a ser manequins ambulantes, ostentando a marca em suas camisas, óculos, bolsas, etc. Manequins sem Remuneração. As pessoas passaram a ser a marca que usam ou que vestem. O chique é usar Nike, Misuno. A propaganda nos induz a comprar produtos como o vídeo, DVD, e gastamos nossa energia para comprar.

Somos mais felizes em ter isto? Nos dá mais conforto? Vale a pena? Estamos realmente melhorando a nossa qualidade de vida, criando problemas financeiros, sucumbindo a esses apelos? A Escritura nos ensina que ceder ao apelo e a aparência de uma coisa atrativa, pode levar a problemas futuros:

Pv 23.31 e 32 – “Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará”

Existe um exercício que sempre precisamos fazer antes de comprar. Ele faz com que aprendamos a dominar nossos impulsos. Faça a você mesmo, estas perguntas:

• Preciso mesmo? É uma necessidade real, ou estou “caindo” na tentação do consumo? Será que estou comprando só “porque alguém tem” e acho que eu preciso ter, também? Vou melhorar mesmo minha qualidade de vida, ou ficar angustiado com esta compra?

• Tenho o dinheiro? Fiz uma verificação criteriosa do que disponho? Vou me endividar, para adquirir isto? O dinheiro aplicado nisto vai fazer falta em algum outro item de necessidade?

• Preciso agora, ou posso adiar? A necessidade é para já, ou estou antecipando algo que pode esperar? O que vai acontecer, hoje, nesta semana, durante o mês, se eu não fizer esta compra? Até quando posso ficar sem este item? Você já percebeu que quando entra numa loja você já está vulnerável, quando pergunta o preço você está a um passo da compra. Você está seguindo uma lista de compras, bem pensada, ou só o impulso? Se sentir o impulso, RESISTA! – Volte amanhã. Não se impressione com a informação de que “é a última peça”.

A Bíblia também fala com pertinência a essas perguntas do exercício, enfatizando que devemos enfatizar as necessidades básicas de nossa vida, contentar-nos com o que temos, sob pena de passarmos necessidades. Vejam esses versos:

• Mt 6.25 – “Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?” 

• Pv 21.17 – “Quem se entrega aos prazeres, passará necessidade…” 

• Hb 13.5 – “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm…”

Um segundo ponto que necessita ser abordado e que é parte integrante desta sociedade de Consumo, é “A Facilidade do financiamento”. Queremos destacar três pontos, aqui:

1. Somos Compradores de bens ou de dinheiro? Você sabia que as grandes lojas podem ganhar mais no financiamento do que na venda propriamente dita? É uma alegria – todos ganham e você paga. Já notou como é impossível comprar à vista em algumas lojas – Por que será?

2. A Multiplicação dos Carnês. Prestações são como filhotes, para onde você vai elas podem formar fila atrás de você. O carnê, o boleto, o cartão, enfim, você não resistiu e antecipou a compra e agora vai pagar mais por mais tempo, não termina nunca. O bem já perdeu a emoção e continuamos pagando. Algumas lojas não recebem o pagamento na rede bancária. Isso força com que você volte à mesma loja, várias vezes, para pagar o seu carnê. O caixa, fica no fundo da loja. Enquanto você caminha, encontra grandes cartazes dizendo: “Não precisa terminar de pagar sua última compra para fazer outra”. A mensagem não escrita é: “continue endividado, dependendo de nós…”

3. A mágica do dinheiro de plástico. Chamamos os cartões de crédito de “dinheiro de plástico”. Em algumas sociedades você não consegue quase existir sem possuir um. Além da fácil disponibilidade, eles são frequentemente enviados sem solicitação. Os cartões de crédito ganham muito dinheiro com os juros – o parcelamento é automático, eles já informam qual é o valor mínimo. No mês seguinte, se já era difícil, vai ficar pior, pois os juros são absurdamente altos. A Bíblia traz restrições à vida sob financiamento constante, como princípio. Por que será que Deus deu esta diretriz, em Deuteronômio 28.12? “O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar à tua terra a chuva no seu tempo, e para abençoar todas as obras das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado”. 

A questão dos juros, em empréstimos é tão importante, que nos leva ao terceiro ponto:

3. Em terceiro lugar, queremos enfatizar “A Armadilha dos Juros”. Vamos ver dois pontos, nesta área:

3.1 Você sabe mesmo qual o valor dos JUROS, no nosso país? Atualmente – 16,09% ao mês (300% ao ano)! Muito maior que aquilo que podemos ganhar com aplicações financeiras. Outras formas de financiamento têm taxas igualmente elevadas: cheque especial; financeiras que colam suas propostas em postes, nos ônibus e levam seus cheques pré-datados; agiotas, então, nem falar – sugam até a última gota de sangue.

A Bíblia tem uma visão bem peculiar à questão de juros (lembrando que foi escrita em uma era sem inflação, onde a moeda, às vezes, era a troca de bens). Ela compara juros extorsivos à iniquidade. Por que será? Veja Ezequiel 18.17, dizendo ao que cobra juros: “ […] que aparte da iniquidade a sua mão, que não receba usura nem mais do que emprestou, que observe as minhas ordenanças e ande nos meus estatutos…”. 

3.2. Em vez de pagar juros, poupe! No caso de financiamento de bens, pelas lojas – não se iluda! Se você somar as parcelas e calcular a diferença como juros, você está errado. Não se esqueça que você amortiza sua conta todo o mês, portanto os juros são muito maiores. Portanto, se deixarmos de comprar e pagar os juros, podemos economizar. O contrário de tomar emprestado e financiar, é poupar.

Siga o exemplo dos imigrantes: poupe! Uma vez, perguntei ao meu pai, um homem simples, trabalhador, honesto, português, porque grande parte dos imigrantes conseguiu juntar dinheiro, se estabelecer nos negócios. Ele me disse que, quando chegam, muitas vezes não tem família ou amigos, se ficarem doentes não tem quem os ajude e a única segurança é juntar algum dinheiro. O mesmo acontece com os brasileiros que vão para o Japão, e passam a viver em uma outra cultura. Trabalham muito e consomem o mínimo só para sobreviver e conseguem economizar e enviar dinheiro para o seu país de origem. Não faz sentido suar a camisa, trabalhar até tarde para pagar juros – você não acrescenta nada à sua vida, ao seu bem-estar. Sua qualidade de vida não melhorou um centímetro. Além disso, poupar é um princípio bíblico. Veja Provérbios 13.11: “O dinheiro ganho com desonestidade diminuirá, mas quem o ajunta aos poucos terá cada vez mais”.

4. “A Necessidade do Planejamento Financeiro” – Este é o nosso quarto ponto.

4.1. Planejar não é falta de dependência em Deus – precisamos nos organizar.
Por que somos avessos ao planejamento? Às vezes, em círculos cristãos, cria-se até a ideia de que planejar não é uma “atividade espiritual”; que é falta de confiança que Deus proverá o amanhã. Nada mais longe da verdade. Organização é boa mordomia. Jetro ensinou Moisés (refletindo orientação divina) a se organizar. Não podemos conceber nada mais planejado e organizado do que o culto no Antigo Testamento. Sabemos que as cerimônias e leis religiosas não são aplicáveis aos nosso dias, mas não podemos dizer que Deus é avesso ao planejamento e organização. Veja os planos de Batalha, comandados por Deus à Josué (Js 1) para a conquista da Terra Prometida! Haja planejamento e organização. Na área financeira, não é diferente. Precisamos mesmo nos organizar – saber quanto recebemos e qual é a nossa despesa do mês, inclusive para os imprevistos.

4.2. A realidade é, que a Bíblia ensina planejamento. Destacamos, pelo menos, dois trechos. O primeiro, está em Lucas 14.28, e fala, aprovando, sobre um homem que se prepara para construir e se planeja para esta operação, calculando todos os custos FUTUROS da construção. A passagem diz que o que não faz isso, faz papel de tolo e se envergonhará dos comentários que serão feitos sobre ele. O segundo, está em Tiago 4.13-15. A primeira vista, ele parece ser contra planejamento. Mas ele fala de planejamento errado, quando é feito na autossuficiência humana, pois não sabemos o dia de amanhã. Entretanto, o trecho indica que devemos planejar, sim, quando o fazemos conscientes da soberania divina e dependentes dela – submissos à sua vontade – “se Deus quiser”.

Ainda dentro da necessidade de planejar nossa vida financeira, gostaria de sugerir uma ferramenta importante: O recurso DAS DUAS LISTAS. Faça duas listas – uma para as necessidades básicas e outra para outras despesas – estas listas podem servir para você atingir alguns objetivos em seu planejamento e para você economizar, em seus gastos. Depois, tudo isso pode ser colocado em forma de cronograma. Existe uma lei para importância dos assuntos e do tempo que também pode ser aplicado ao dinheiro que é uma das “leis de Parkinson” – gastamos todo o dinheiro que ganhamos. Precisamos tentar constituir uma reserva para eventualidades. É difícil, mas precisamos nos esforçar.

5. A bênção da contribuição e da generosidade!

5.1 Fuja do “saco furado”: Reconheça concretamente que Deus é o proprietário de tudo, contribuindo. Já que estamos falando de dinheiro e planejamento financeiro, não poderíamos deixar de abordar a questão do dízimo e da generosidade. Duas áreas onde a palavra de Deus fala sobre o contribuir e sobre beneficência. Reagimos, com razão, contra a chamada “teologia da prosperidade”. Não fazemos barganhas com Deus os motivos de contribuição não são os nossos anseios materiais, carro importado do ano, roupas caras, viagens internacionais e coisas semelhantes. Entretanto, é um erro desconhecermos que Deus nos abençoa, também, na esfera material. Quando não o honramos com nossas finanças, tudo parece dar errado. Parece que estamos tentando encher um saco que está furado e nunca fica cheio… A Bíblia ensina o dízimo como um forma de contribuição simbólica do reconhecimento que devemos a Deus de que a ele pertence tudo, e que somos apenas mordomos abençoados em sua criação.

No Novo Testamento, Paulo ensina que a nossa contribuição deve ser proporcional à nossa renda. Ag 1.5-6 – “Ora pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos. Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado”.

1 Co 16.1-2 – “…no primeiro dia da semana cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda…” 

5.3 Além da responsabilidade com o dízimo, a Bíblia chama a nossa atenção para com a generosidade; com a beneficência. O cuidado com nossas finanças, o planejamento do nosso dinheiro, não deve nos levar a sermos insensíveis para com as necessidades do próximo. Na realidade, Deus promete recompensar o generoso e Paulo ensina que um dos propósitos de termos trabalho é “ter o que repartir com quem estiver em necessidade”! Vejamos três trechos da Palavra de Deus:

• Ef 4.28 – “O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade” 

• 1 Tm 6.18 – “Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir”.

• Pv 11.25 – “O generoso prosperará…” 

7 dicas para uma vida financeira saudável

1. Pechinche sempre.

2. Compare preços – remédios, supermercados, etc.

3. Preços mais baratos: frutas da época e roupas fora da época.

4. Compre sempre à vista – só use cartões de crédito se puder pagar integralmente!

5. Cuidado nos presentes. Use criatividade em vez do gasto excessivo. Controle quanto você gasta nisso.

6. Conheça suas despesas. Não deixe de registrá-las e revisá-las.


 7. A sua prioridade, o seu melhor investimento é: pagar as dívidas e não assumir outras.

Lembre-se da oração de Agur – Provérbios 30.8-9: “Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Senão, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus.”

 Fonte:Voltemos ao evangelho

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